ou
DOMÍNIO DA UNIVERSALIDADE
CAPÍTULO DOIS -- Parte 3
Geopolíticas
da Energia Russa
Em termos de padrão de vida,
taxas de mortalidade e prosperidade económica, a Rússia, em 2004, não era uma
potência de classe mundial. Em termos de energia, era um colosso. Em termos de
massa terrestre, ainda era a maior nação do mundo, estendendo-se desde o
Pacífico até à porta da Europa. Tinha um vasto território, recursos naturais
enormes e as maiores reservas de gás natural do mundo. De mais a mais, era a
única potência à face da Terra com capacidades militares latentes, para se
igualar às dos Estados Unidos, apesar do colapso da URSS e da deterioração das
forças armadas russas desde então.
Uma observação do mapa esclarece por que é que o Pentágono tem interesse geopolítico em ter bases no Afeganistão, no Paquistão e no Iraque - o controlo militar dos fluxos
de petróleo na Ásia Central
A Rússia tinha mais de 130.000
poços de petróleo e cerca de 2.000 depósitos de petróleo e gás. As reservas de
petróleo foram estimadas em 150 biliões de barris, semelhantes ao Iraque. Poderiam
ser muito maiores, mas ainda não haviam sido exploradas devido à dificuldade de
perfurar as regiões remotas do Ártico. No entanto, com os preços do petróleo,
em toda a parte, acima de 60 dólares o barril, tornaram economicamente viável
explorar essas regiões remotas.
A rede estatal russa de gasoductos,
o “sistema unificado de transporte de gás”, incluía uma vasta rede de oleoductos
e estações de compressão que se estendiam por mais de 150.000 quilómetros em toda a Rússia. Por lei, somente a Gazprom, propriedade do Estado, podia usar o
gasoducto. A rede talvez fosse o bem mais valorizado do Estado russo, além do
próprio petróleo e do gás. Aqui estava o coração da nova geopolítica energética
de Putin.
Já em 2001, quando se tornou evidente que as repúblicas bálticas estavam prestes a unir-se à NATO, Putin apoiou o
desenvolvimento de um novo porto de petróleo importante, na costa russa do Mar
Báltico, em Primorsk. Este Sistema de Oleoductos Bálticos (BPS), concluído em Março
de 2006, diminuiu muito a dependência da exportação através dos novos Estados
da NATO, como a Letónia, a Lituânia e a Polónia. O Báltico era a principal rota de
exportação do petróleo da Rússia, das províncias petrolíferas da Sibéria
Ocidental e Timan Pechora. Agora, o BPS era capaz de transportar mais de 1,3
milhões de barris/dia de petróleo russo para os mercados ocidentais.
Em Março de 2006, o antigo chanceler
alemão, Gerhard Schroeder, foi nomeado presidente de um consórcio público-privado
russo-alemão, a construir um gasoducto de 1.200 km sob o Báltico.
O accionista maioritário do North
European Gas Pipeline (NEGP) era a estatal russa Gazprom, a maior companhia de
gás natural do mundo. A alemã BASF e a E.On detinham 24,5%, cada uma. O projecto
de € 5 biliões foi iniciado no final de 2005 e ligaria o terminal de gás, na
cidade portuária russa de Vyborg, perto de São Petersburgo, com Greifswald, no
leste da Alemanha. Era a clássica geopolítica russa - a tentativa da Heartland
de se ligar à Europa Central. O objectivo de Churchill e, mais tarde, da Guerra
Fria de Truman, foi o de conduzir uma cunha, uma "cortina de ferro"
entre a Europa Central e o centro da Rússia. O seu objectivo era fazer da
Grã-Bretanha o mediador geopolítico indispensável ou intermediário de poder entre
as duas.
A ‘joint venture’ entre a
Gazprom e a BASF foi o último grande acto de Schroeder, como chanceler alemão.
O que provocou gritos de protesto do governo polaco, pró-Washington, bem como
da Ucrânia, que perderiam o controlo sobre os fluxos dos gasoductos da Rússia.
Apesar dos laços estreitos com o governo Bush, a nova chanceler conservadora da
Alemanha, Angela Merkel, foi forçada a engolir e a aceitar o projecto. A Rússia
era, de longe, o maior fornecedor de gás natural da Alemanha - mais de 40% das
suas importações totais de gás.
O gigantesco depósito de gás
Shtokman, no sector russo do Mar de Barents, ao norte do porto de Murmansk,
também se tornaria parte do fornecimento de gás do NEGP. Quando concluída em
dois gasoductos paralelos, a NEGP forneceria, anualmente, à Alemanha, mais de
55 biliões de metros cúbicos de gás russo.
Em Abril de 2006, o governo de
Putin começou um oleoducto da Sibéria Oriental-Oceano Pacífico (ESPO), um
oleoduto de 14 biliões de dólares, de Taishet no leste da Sibéria, para a costa
do Pacífico da Rússia. A Transneft, empresa estatal russa de oleoductos, estava
a construí-lo. Quando terminar, bombeará até 1,6 milhões de barris por dia, da
Sibéria para o Extremo Oriente da Rússia e daí para a região Ásia-Pacífico,
faminta de energia, principalmente para a China e para o Japão.
Além destas condutas, a China
estava a discutir, intensamente, com Putin, um ramal entre Blagoveshchensk e
Daqing. A rota Taishet fornecia um roteiro para a cooperação energética entre a
Rússia e a China, o Japão e outros países da região Ásia-Pacífico.
Sakhalin: as Rédeas da Russia no Big Oil
No final de Setembro de 2006,
uma disputa aparentemente menor explodiu e resultou na revogação da licença
ambiental para um projecto de Gás Natural Liquefeito da Royal Dutch Shell
Sakhalin II, que deveria entregar GNL/gás liquefeito ao Japão, Coreia do Sul e
outros clientes, em 2008. A Shell era o sócio principal num projecto de energia
de desenvolvimento de petróleo e gás anglo-japonês, na ilha de Sakhalin, no
extremo leste da Rússia, uma vasta ilha ao norte de Hokkaido, no Japão.
O governo de Putin anunciou
que os requisitos ambientais não tinham sido tidos em conta pela ExxonMobil,
para o seu terminal de petróleo em Sakhalin, como parte do seu projecto de
desenvolvimento de petróleo e gás Sakhalin I. Sakhalin I continha cerca de 8
biliões de barris de petróleo e enormes volumes de gás, tornando o campo num raro
achado Super Gigante de petróleo, na terminologia dos geólogos. No início dos
anos 90, o governo de Yeltsin fez uma tentativa desesperada de atrair capitais
e tecnologias de investimento ocidentais necessárias para explorar as regiões
de petróleo e gás da Rússia, numa época em que o governo russo estava falido e
os preços do petróleo muito baixos. Num lance audacioso, Yeltsin concedeu aos
Estados Unidos e a outras grandes empresas petrolíferas ocidentais, generosos
direitos de exploração de dois grandes projectos petrolíferos, Sakhalin I e Sakhalin
II, ambos sob o denominado PSA ou Production Sharing Agreement.
De acordo com os termos do
PSA, a Rússia seria paga pelos direitos do petróleo e do gás, em acções do
petróleo ou do gás eventualmente produzidos, mas somente depois de todos os custos de produção terem sido,
primeiramente, pagos. Os acordos de PSA com as principais empresas petrolíferas
ocidentais, só haviam sido feitos anteriormente com governos fracos do Terceiro
Mundo, incapazes de exigir condições mais justas.
Pouco antes do governo russo
dizer à ExxonMobil que tinha problemas com o seu terminal em Sakhalin, a
ExxonMobil anunciou um aumento de 30% no custo do projecto. A ExxonMobil, cujo
advogado, James Baker III, mantinha uma estreita parceria com a Casa Branca de
Bush-Cheney, sabia que tal aumento de custos adiaria ainda mais qualquer parte
do fluxo de petróleo russo do PSA. O Ministério do Meio Ambiente da Rússia, por
sua vez, ameaçou interromper a produção da ExxonMobil.
A empresa britânica Shell
detinha os direitos, sob outro PSA, de desenvolver recursos de petróleo e gás na
região de Sakhalin II e de construir o primeiro projecto de gás natural
liquefeito da Rússia. O projecto de US $ 20 biliões empregou mais de 17.000
pessoas e foi o maior projecto integrado de petróleo e gás do mundo. Incluiu a
primeira produção de petróleo offshore da Rússia, bem como a primeira
plataforma de gás integrada offshore da Rússia.
Os movimentos claros do
governo russo contra a ExxonMobil e a Shell foram interpretados, no sector de
energia, como uma tentativa do governo de Putin de recuperar o controlo dos
recursos de petróleo e gás da Rússia, que Yeltsin tinha concedido, durante a
sua época.
O
Projecto de Gás Rússia-Turquia
Em Novembro de 2005, a Gazprom
da Rússia completou a etapa final do
gasoduto Blue Stream, de 1.213 quilómetros 3,2
biliões de dólares de custo. Trouxe gás russo dos campos em Krasnodar, por meio
de condutas submarinas através do Mar Negro até a costa turca (no Mar Negro). De lá, o gasoduto forneceu gás russo a Ancara.
A Grécia, a Itália e Israel
envolveram-se em negociações com a Gazprom para se abastecer de gás do gasoducto
Blue Stream, em toda a Turquia. Outra rota de gás russo, um Gasoducto
Sul-Europeu, estava a ser desenvolvido via Europa Oriental e Central, para
estabelecer um novo sistema internacional de transmissão de gás. Putin estava a
usar o trunfo da energia da Rússia para construir laços económicos em toda a
Eurásia, do Ocidente ao Oriente, do Norte ao Sul. Washington não ficou nada satisfeito.
O Estatuto Militar de Moscovo
No seu discurso à Nação, de
Maio de 2003, Vladimir Putin falou em reforçar e modernizar o sistema de dissuasão
nuclear da Rússia, criando novos tipos de armas, incluindo algumas para as
forças estratégicas, o que, a longo prazo, garantiria a capacidade de defesa da
Rússia e dos seus aliados. Depois da Administração Bush ter declarado,
unilateralmente, o fim do Tratado de Mísseis Anti Balísticos e anular, de facto,
o Tratado Start II em 2001, a Rússia parou de retirar e destruir os seus
mísseis SS-18 MIRV-ed.
A Rússia nunca deixou de ser
uma entidade poderosa que produzia tecnologias militares de ponta. Se bem que o
seu exército, marinha e força aérea estivessem num estado de abandono, no final da
Guerra Fria, em 1990, os elementos para o ressurgimento da Rússia como potência
militar ainda estavam activos. A Rússia tinha colocado, continuamente,
tecnologia de ponta em várias feiras internacionais, usando o mercado mundial
de exportação de armas para manter intacta a sua base mais vital de tecnologia
militar.
Por exemplo, de acordo com uma análise de
2004 do ‘think tank’ Power and Interest News Report (PINR), sediado em
Washington, uma das melhores realizações da Rússia após a dissolução
da União Soviética foi o seu veículo de combate blindado, o BMP-3, que foi
preferido aos veículos ocidentais, em contratos com os Emirados Árabes Unidos
e Omã.
Os sistemas de mísseis
terra-ar da Rússia, o S-300, e o seu sucessor mais poderoso, o S-400, foram
relatados como sendo mais potentes do que os sistemas Patriot, feitos nos EUA.
Um exercício militar antecipado entre o Patriot e o S-300 nunca se
materializou, deixando o complexo russo com a reivindicação incontestável,
ainda que não comprovada, de superioridade sobre o sistema americano.
Os helicópteros militares Kamov-50
incorporaram as mais recentes tecnologias e tácticas de ponta, tornando-os
iguais aos melhores que Washington possuía, de acordo com fontes da indústria
de helicópteros europeus.
Em 2006, nos exercícios
conjuntos da Força Aérea Indiana e Americana, nos quais a Força Aérea Indiana
estava equipada com caças Su-30 modernos, de fabrico russo, a Força Aérea
Indiana suplantou os aviões F-15 fabricados nos Estados Unidos na maioria das
suas tarefas, levando o General Hal Homburg, da Força Aérea dos Estados Unidos,
a admitir que a tecnologia russa nas mãos dos indianos deu à Força Aérea dos
EUA uma “chamada de alerta”. A instituição militar russa continuava a desenhar
outros helicópteros, tanques e veículos blindados que estavam em pé de igualdade
com os melhores que o Ocidente tem para oferecer. (62)
As exportações de armas, além
do petróleo e do gás, tinham sido uma das melhores maneiras da Rússia obter a
moeda forte tão necessária nos anos 1990 e no novo século. A Rússia era o
segundo maior exportador mundial de tecnologia militar depois dos Estados
Unidos. A moderna tecnologia militar da Rússia era mais provável de ser
exportada do que fornecida aos seus próprios exércitos. Isso teve implicações
para as futuras operações de combate dos Estados Unidos, já que praticamente
todas as formações de rebeldes, guerrilheiros, separatistas ou formações armadas
em todo o mundo - as mesmas formações que os Estados Unidos mais provavelmente
enfrentariam nas suas guerras futuras – estavam equipadas com armas russas ou com os seus derivados.
O arsenal nuclear russo também
desempenhou um importante papel político desde o fim da União Soviética,
proporcionando a segurança fundamental ao Estado russo. Em 2003, a Rússia teve
de comprar à Ucrânia, bombardeiros estratégicos e ICBMs que estavam armazenados
lá.
No entanto, desde então, as
forças nucleares estratégicas têm sido uma prioridade. Em 2008, as finanças do
Estado russo, ironicamente, devido aos preços extremamente altos das
exportações de petróleo e gás, estavam numa posição sólida. O Banco Central da
Rússia tornou-se o terceiro maior detentor de reservas de dólares do mundo,
atrás da China e do Japão, com reservas de mais de 500 biliões de dólares.
O ressurgimento gradual de uma
Rússia dinâmica no coração da Eurásia, que estava a crescer economicamente mais perto da China e
das principais nações da Europa Ocidental Continental, foi o desenvolvimento para
o qual Brzezinski tinha alertado que poderia ameaçar mortalmente o domínio
americano. Foi o pior pesadelo de Halford Mackinder. Ironicamente, as invasões
falhadas de Washington no Iraque e no Afeganistão e sua concepção imperfeita da
“Guerra ao Terror” ajudaram, directamente, a provocar essa cooperação
eurasiática. Também criaram o cenário para o conflito da Geórgia, em Agosto de
2008.
Washington encorajou, obviamente,
o Presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, a invadir a Ossétia do Sul,
sabendo claramente que a Rússia seria forçada a intervir para estabelecer a
fronteira contra o cerco implacável dos EUA.(63) Washington abanou deliberadamente
as chamas de uma Nova Guerra Fria com a Rússia, para instalar uma cunha de
ferro entre a Rússia e a Alemanha e trazer a ordem geopolítica mundial de volta
ao esquema original de Mackinder, a ordem da Guerra Fria. Tanto para o domínio
da América na Europa Ocidental, como para a Rússia, a Alemanha era um parceiro
vital. A indústria alemã tornou-se o principal importador europeu de gás
natural russo e sua indústria dependia da energia russa. Não havia um substituto possível à vista.
Para alcançar o Domínio do
Espectro Total, Washington precisava não só dos recursos das suas Revoluções
Coloridas em toda a Europa Central para cercar a Rússia. O Pentágono também
precisava de esticar a corda à volta do colosso económico emergente na Ásia, a
China. Nesse país, era necessária uma abordagem diferente, dada a extrema
dependência financeira dos EUA em relação à China, os seus laços económicos e
investimentos. Uma forma de “direitos humanos” como arma da política externa
dos EUA estava a desempenhar o papel central, a fim de controlar a China.
Notas de rodapé:
2 Michael Dobbs, US Advice Guided Milosevic Opposition
Political Consultants Helped Yugoslav Opposition Topple Authoritarian Leader,
Washington Post, December 11, 2000.
3 Ibid.
4 Ibid.
5 Ibid.
6 Ibid.
7 Jonathan Mowat, Coup
d'État in Disguise: Washington's New World Order ‘Democratization’ Template,
February 9, 2005, in http://globalresearch.ca/articles/MOW502A.html. The author
is indebted to Mowat’s ground breaking research on the role of Emery, RAND and
others in creating the Color Revolution model for US-led regime coups in
Eurasia.
8 Ibid.
9 Ibid.
10 Ibid.
11 William Blum, Killing
Hope: U.S. Military and CIA Interventions since World War II, Monroe,
Maine, Common Courage Press, 1995.
12 Ibid.
14 William Blum, Op. Cit., p.259 discusses the CIA’s
immunity from prosecution for crimes including assassination and bribery.
15 Ibid., pp.72-83.
16 Ibid.
17 John Marks, The
Search for the ‘Manchurian Candidate’: The CIA and Mind Control— The Secret
History of the Behavioral Sciences, New York, W.W. Norton & Co., 1979,
p. 141.
18 Gerard Colby and Charlotte Dennett, Thy Will Be Done: The Conquest of the
Amazon: Nelson Rockefeller and Evangelism in the Age of Oil, New York, HarperCollins,
1995, p. 256.
19 Jonathan Mowat, Op. Cit.
nubs/research/centres/mhrg/papers/paper13.pdf+tavistock+institute+rockefeller+
foundation&hl=en&ct=clnk&cd=6.
Cooke notes, ‘While Tavistock histories have been
previously written, this is the first to draw on archival material which sets
out the early relations between the Rockefeller and TIHR founder ATM “Tommy”
Wilson in the 1930s, and shows how the Tavistock’s development into a centre of
social and organizational science was supported by the Rockefeller’s medical
research program up until the 1950s. It also situates the rise of the Tavistock
in a nexus of transatlantic inter-personal relationships on the one hand, and
changing UK, US, and world politics on the other.’
Cooke observa: 'Embora as histórias de
Tavistock tenham sido escritas anteriormente, esta é a primeira a desenhar
material de arquivo que estabelece as primeiras relações entre o fundador da
TIHR, ATM Tommy Wilson, na década de 1930, e mostra como o desenvolvimento de
Tavistock num centro de ciência social e organizacional foi apoiado pelo
programa de pesquisa médica de Rockefeller, até à década de 1950. Ele também situa
a ascensão do Tavistock, por um lado, numa associação de relações interpessoais
transatlânticas e, por outro lado, a mudar as políticas do Reino Unido, EUA e
do mundo.
23 A curious tiny group named Situationist
International played in inordinately large role behind the student uprisings
in May 1968 leading some researchers to posit that it was backed or steered by
US intelligence. Even the powerful French Communist trade union, CGT, attempted
to quell the student unrest to no avail. De Gaulle was considered a ‘friend’ of
the Soviet Union for his opposition to US-run NATO.
23 Um grupo minúsculo e
curioso chamado Situationist International desempenhou um papel
extraordinariamente importante por trás das revoltas estudantis de Maio de
1968, levando alguns pesquisadores a afirmar que o mesmo era apoiado ou
orientado pelos serviços secretos USA. Até mesmo o poderoso sindicato comunista
francês, CGT, tentou reprimir a agitação estudantil sem sucesso. De Gaulle era
considerado um “amigo” da União Soviética pela sua oposição à NATO, sob comando
USA.
24 Jonathan Mowat, Op. Cit.
25 Howard Perlmutter was one of the leading
strategists of the US model of globalization from his work at the Wharton
School of Finance at University of Pensylvania. At Wharton, he led the
internationalization process as Chairman of the Multinational Enterprise Unit
and Founder-Director of the Worldwide Institutions Research Center.During this
time with his colleague, Tavistock’s Eric Trist, he formulated his vision the
Social Architecture of the Global Societal enterprise, based on this paradigm
for organizations in the 21st Century. At Wharton, he introduced research and
teaching on the global social architecture of the multinational enterprise,
multinational organization development, global strategic alliances, global
cities, and the globalization of education, in a course called Cross cultural
management in the context of the First Global Civilization. Cited in http://www.deepdialog.com/dr_perlmutter/index.html.
25 Howard Perlmutter foi um
dos principais estrategas do modelo norte-americano de globalização, devido ao
seu trabalho na Wharton School of Finance da Universidade de Pensylvania. Na
Wharton, liderou o processo de internacionalização como Presidente da Unidade
Empresarial Multinacional e Director Fundador do Centro de Pesquisa de
Instituições Internacionais. Durante esse período, com o seu colega Eric Trist, de Tavistock, formulou a
sua visão sobre a Arquitectura Social da Sociedade Global, baseado neste
paradigma para as organizações do séc. XXI. Na Wharton, ele introduziu a pesquisa
e o ensino sobre a arquitectura social global da empresa multinacional,
desenvolvimento de organizações multinacionais, alianças estratégicas globais,
cidades globais e a globalização da educação, num curso chamado ‘Gestão
Transcultural no Contexto da Primeira Civilização Global’. . Citado em http://www.deepdialog.com/dr_perlmutter/index.html
.
26 John Arquilla and David Ronfeldt, In Athena’s Camp:
Preparing for Conflict in the Information Age, Santa Monica, CA: RAND,
MR-880-OSD/RC, 1997.
28 Ibid.
29 Jonathan Mowat, Op. Cit.
30 Ibid.
31 Ibid.
32 Amitabh Pal, Gene Sharp: The Progressive Interview,
The Progressive, March 1, 2007.
33 Ibid.
35 Jonathan Mowat, Op. Cit.
38 SourceWatch, Albert Einstein Institution, in
http://www.sourcewatch.org/index.php?title=Albert_Einstein_Institution#Advisors_.281
993-1999.29.
43 Dmitry Sudakov, USA Assigns $20 million for
Elections in Ukraine, Moldova, Pravda.ru, 11 March 2005.
46 Freedom House, 2004 Annual Report, Our Partners, p.
37.
47 Nicholas Thompson, This Ain’t Your Mama’s CIA,
Washington Monthly, March 2001. Thompson describes the creation of the National
Endowment for Democracy and the Reagan Administration’s related ‘Project
Democracy: ‘Ronald Reagan loved subversion, and he empowered CIA director
William Casey to covertly organize a war in Nicaragua. But Reagan's more
lasting legacy comes from his recognition that the weakness of communism could
be exploited by international institution building. Reagan proclaimed in 1982
that "The march of freedom and democracy will leave Marxism-Leninism on
the ash heap of history," and set in motion a major movement that led to
the creation of a number of QUANGOs (quasi-nongovernmental organizations) like
the National Endowment for Democracy (NED) that worked to build democratic
opposition abroad. In a way, NED was chartered to do what the CIA used to do,
only working bottom up and helping activists instead of working top down and
lopping off heads. ‘Reagan also worked inside the White House, pulling Walt
Raymond, a top-ranking CIA official, over from Langley to organize what the
president called "Project Democracy." As part of the project, the
United States Information Agency (USIA) began to cook up plans that, except for
their openness, seemed like the old CIA. In the summer of 1982, USIA organized
democracy-building seminars for African colonels, voting technique lessons for
Peruvians, and conferences on freedom for the press in the Philippines and
Romania. Cultural ambassadors were even sent by USIA from universities to
travel around and preach Reagan's gospel of democracy, and in what Vaclav Havel
would say was the most important thing the United States did for his country, USIA
beamed the Voice of America and Radio Free Europe into Czechoslovakia.
Simultaneously, the CIA sent millions of dollars to the Solidarity movement in
Poland by way of the international arm of the AFLCIO.’
Nicholas Thompson, Esta não é a CIA da sua Mãe, Washington
Mensal, Março de 2001. Thompson descreve a criação do Fundo Nacional para a
Democracia e o projecto relacionado com a democracia: Ronald Reagan adorava a
subversão e deu autoridade ao Director da CIA, William Casey para organizar
secretamente uma guerra na Nicarágua. Mas o legado mais duradouro de Reagan vem
do seu reconhecimento de que a fraqueza do comunismo poderia ser explorada pelo
fortalecimento institucional internacional. Reagan declarou, em 1982, que “A
marcha da liberdade e da democracia deixará o marxismo-leninismo no monte de
cinzas da História", e colocou em movimento um grande movimento que levou
à criação de um número de QUANGOs (organizações quase não-governamentais) como
o National Endowment for Democracy (NED), que trabalhou para construir a oposição
democrática no estrangeiro. De certa forma, a NED foi contratada para fazer o
que a CIA costumava fazer, trabalhando apenas de baixo para cima e ajudando os
activistas, em vez de trabalhar de cima para baixo e decepar as cabeças.
‘Reagan também trabalhou dentro da Casa Branca, puxando Walt Raymond, um alto
funcionário da CIA, de Langley para organizar o que o Presidente designou como
“Projecto Democracia”. Como parte do projecto, a Agência de Informação dos
Estados Unidos (USIA) começou a elaborar planos que, excepto pela sua abertura,
pareciam a antiga CIA. No verão de 1982, a USIA organizou seminários de
construção da democracia para os coronéis africanos, aulas técnicas de votação
para os peruanos e conferências sobre liberdade, para a imprensa nas Filipinas
e na Roménia. Embaixadores culturais foram até enviados pelas universidades da
USIA para viajar e pregar o evangelho da democracia de Reagan, e no que Vaclav
Havel diria que foi a coisa mais importante que os Estados Unidos fizeram para
seu país, a USIA transmitia a Voz da América e a Rádio Europa Livre (the Voice
of America e Radio Free Europe) na Checoslováquia. Simultaneamente, a CIA
enviou milhões de dólares para o movimento Solidariedade, na Polónia, por meio
do braço internacional da AFLCIO.
48 David Ignatius, Openness Is the Secret to Democracy,
Washington Post National Weekly Edition, 30 September-6 October,1991, 24-25.
52 Zbigniew Brzezinski, A Geostrategy for Eurasia,
Foreign Affairs, September/ October 1997.
53 F. William Engdahl, A Century of War:
Anglo-American Oil Politics and the New World Order, London, Pluto Press, 2004,
pp.253-255.
55 Dick Cheney, Remarks to the London Institute of
Petroleum Autumn Lunch, September 1999, published by the Institute of Petroleum
June 8, 2004 and subsequently removed from their own website. Archived and
reprinted in full at http://www.energybulletin.net/node/559.
57 Ibid.
58 Dmitry Slobodanuk, The State Determined to Own Oil and Gas, Pravda, September 23,
2003.
60 Greg Schneider, Arrested Russian Businessman Is
Carlyle Group Adviser, November 10, 2003, The Washington Post.
61 Ibid.
62 Yvgeny Bendersky, “Keep a Watchful Eye on Russia’s
Military Technology,” Power & Interest News Report, July 21, 2004.
63
Russia Today, Saakashvili: we started the war, November 28, 2008, Russia Today,
accessed in http://www.russiatoday.com/news/news/33939
. See also, Oleysa Vartanyan and Ellen Barry, Ex-Diplomat Says Georgia Started
War With Russia, November 25, 2008, The New York Times, accessed in
http://www.nytimes.com/2008/11/26/world/europe/26georgia.html?_r=1&partner=rss&emc=rss. The Times reports that, ‘Erosi Kitsmarishvili, Tbilisi’s former
ambassador to Moscow, testifying before a Georgian Congressional Commission,
‘said Georgian officials told him in April that they planned to start a war in
Abkhazia, one of two breakaway regions at issue in the war, and had received a
green light from the United States government to do so. He said the Georgian
government later decided to start the war in South Ossetia, the other region,
and continue into Abkhazia.’
O Times relata que, "Erosi
Kitsmarishvili, antigo Embaixador de Tbilisi, em Moscovo, testemunhando perante
uma Comissão Parlamentar da Geórgia, “disse que as autoridades georgianas, em Abril,
que planeavam iniciar uma guerra na Abkhazia, uma das duas regiões separatistas
em deascordo sobre a guerra e que tinha recebido luz verde do governo dos Estados
Unidos para fazê-lo. Disse que o governo da Geórgia decidiu mais tarde iniciar
a guerra na Ossétia do Sul, a outra região, e continuar para a Abkházia.
A seguir:
CAPÍTULO TRÊS
Controlar
a China com a Democracia Sintética
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
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