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« L’ART DE LA GUERRE »

Fukushima, la pandémie nucléaire se répand

par Manlio Dinucci

L’industrie nucléaire civile est désormais plus encore polluante que l’usage militaire de cette technique. D’autant que certains industriels n’ont pas de scrupules à faire de l’argent au détriment des autres tandis que les militaires servent en principe à la défense de leurs concitoyens.

RÉSEAU VOLTAIRE | ROME (ITALIE) | 3 NOVEMBRE 2020

ITALIANO

Une partie des plus de mille réservoirs d’eau radioactive, dans la centrale nucléaire de Fukushima

Ce n’est pas du Covid, donc l’information est passée quasiment inaperçue : le Japon déchargera en mer plus d’un million de tonnes d’eau radioactive provenant de la centrale nucléaire de Fukushima.

Le catastrophique accident de Fukushima fut amorcé par le tsunami qui, le 11 mars 2011, investit la côte nord-orientale du Japon, submergeant la centrale et provoquant la fusion des noyaux de trois réacteurs nucléaires. La centrale avait été construite sur la côte à seulement 4 mètres au-dessus du niveau de la mer, avec des digues brise-lames de 5 mètres de haut, dans une zone sujette à des tsunamis avec des vagues de 10- à 15 mètres de haut. De plus il y avait eu de graves manquements dans le contrôle des installations de la part de Tepco, la société privée de gestion de la centrale : au moment du tsunami, les dispositifs de sécurité n’étaient pas entrés en fonction. Pour refroidir le combustible fondu, de l’eau a été pompée pendant des années à travers les réacteurs.

PT -- Manlio Dinucci -- A Arte da Guerra -- Fukushima, espalha a pandemial nuclear

A Arte da Guerra

Fukushima espalha a pandemia nuclear

Manlio Dinucci

 

Não é o Covid, mas a notícia passou quase desapercebida: o Japão descarregará no mar mais de um milhão de toneladas de água radioactiva da central nuclear de Fukushima.

O acidente catastrófico de Fukushima foi provocado pelo tsunami que, em 11 de Março de 2011, atingiu a costa nordeste do Japão, submergindo a central e provocando a fusão dos núcleos de três reactores nucleares. A central foi construída na costa somente a 4 metros acima do nível do mar, com diques de protecção de 5 metros de altura, numa área sujeita a tsunami com ondas de 10-15 metros de altura. Além do mais, houve sérias deficiências no controlo das centrais efectuado pela Tepco, a empresa privada que administra a central: no  momento do tsunami, os dispositivos de segurança não entraram em funcionamento.

Para arrefecer o combustível derrretido, foi bombeada água pelos reactores durante anos. A água, que ficou radioactiva, foi armazenada dentro da central em mais de mil tanques enormes, acumulando 1.23 milhões de toneladas. A Tepco está a construir outros tanques mas, em meados de 2022, também estarão cheios.

Devendo continuar a bombear água nos reactores derretidos, a Tepco, de acordo com o governo, decidiu descarregar no mar a água acumulada até agora, depois de tê-la filtrado para torná-la menos radioactiva (porém não se sabe até que ponto) por meio de um processo que durará 30 anos. Também há lodo radioactivo acumulado nos filtros da central de descontaminação e grandes quantidades de solo e outros materiais radioactivos armazenados em milhares de barris de betão.

Como admitiu a própria Tepco, é particularmente grave a fusão ocorrida no reactor 3 carregado com Mox, uma mistura de óxidos de urânio e plutónio, muito mais instável e radioactiva. O Mox para este e outros reactores japoneses foi produzido em França, utilizando escórias nucleares enviadas do Japão.

A organização Greenpeace denunciou os perigos derivados do transporte deste combustível de plutónio ao longo de dezenas de milhares de quilómetros. Denunciou, igualmente, que o Mox favorece a proliferação de armas nucleares, pois o plutónio pode ser extraído com mais facilidade e, no ciclo de exploração do urânio, não há uma linha divisória nítida entre o uso civil e o uso militar do material físsil.

Já se acumularam no mundo (segundo estimativas de 2015), cerca de 240 toneladas de plutónio para uso militar directo e 2.400 toneladas para uso civil com as quais podem ser produzidas armas nucleares, além de cerca de 1.400 toneladas de urânio altamente enriquecido para uso militar.

Bastariam algumas centenas de quilos de plutónio para provocar cancro do pulmão aos 7,7 biliões de habitantes do planeta, e o plutónio permanece letal durante um período correspondente a quase dez mil gerações humanas. Acumulou-se assim um potencial destrutivo capaz de, pela primeira vez na História, fazer desaparecer a espécie humana da face da Terra.

Os bombardeamentos nucleares de Hiroshima e Nagasaki; mais de 2.000 explosões nucleares experimentais na atmosfera, no mar e no subsolo; o fabrico de ogivas nucleares com potência equivalente a mais de um milhão de bombas de Hiroshima; os inúmeros acidentes com armas nucleares e os acidentes ocorridos em centrais nucleares civis e militares, tudo isto provocou uma contaminação radioactiva que afectou centenas de milhões de pessoas.

Uma parte de cerca de 10 milhões de mortes anuais por cancro em todo o mundo - documentadas pela OMS - é atribuída aos efeitos a longo prazo da radiação. Em dez meses - novamente de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde - o Covid-19 causou cerca de 1.2 milhões de mortes em todo o mundo. Perigo a não subestimar, mas que não justifica o facto dos meios de comunicação mediática, em especial a televisão, não terem informado que mais de um milhão de toneladas de água radioactiva serão descarregadas no mar da central nuclear de Fukushima, resultando que, ao entrar na cadeia alimentar, aumentará ainda mais as mortes por cancro.

Manlio Dinucci

il manifesto, 03 de Novembro de 2020

 

GUERRA NUCLEAR: O DIA ANTERIOR

De Hiroshima até hoje: Quem e como nos conduzem à catástrofe

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Manlio Dinucci

Geógrafo e geopolitólogo. Livros mais recentes: Laboratorio di geografia, Zanichelli 2014 ; Diario di viaggio, Zanichelli 2017 ; L’arte della guerra / Annali della strategia Usa/Nato 1990-2016, Zambon 2016, Guerra Nucleare. Il Giorno Prima 2017; Diario di guerra Asterios Editores 2018; Premio internazionale per l'analisi geostrategica atribuído em 7 de Junho de 2019, pelo Club dei giornalisti del Messico, A.C.

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 L’arte della guerra

Fukushima, dilaga la pandemia nucleare

Manlio Dinucci

 

Non è Covid, per cui la notizia è passata quasi inosservata: il Giappone scaricherà in mare oltre un milione di tonnellate di acqua radioattiva dalla centrale nucleare di Fukushima.

Il catastrofico incidente di Fukushima fu innescato dallo tsunami che, l’11 marzo 2011, investì la costa nord-orientale del Giappone, sommergendo la centrale e provocando la fusione dei noccioli di tre reattori nucleari. La centrale era stata costruita sulla costa appena 4 metri sul livello del mare, con dighe frangiflutti alte 5 metri, in una zona soggetta a tsunami con onde alte 10-15 metri. Per di più vi erano state gravi mancanze nel controllo degli impianti da parte della Tepco, la società privata di gestione della centrale: al momento dello tsunami, i dispositivi di sicurezza non erano entrati in funzione.

Per raffreddare il combustibile fuso, è stata per anni pompata acqua attraverso i reattori. L’acqua, divenuta radioattiva, è stata stoccata all’interno della centrale in oltre mille grandi serbatoi, accumulandone 1,23 milioni di tonnellate. La Tepco sta costruendo altri serbatoi, ma a metà del 2022 anch’essi saranno pieni.

Dovendo continuare a pompare acqua nei reattori fusi, la Tepco, in accordo col governo, ha deciso di scaricare in mare quella finora accumulata, dopo averla filtrata per renderla meno radioattiva (non si sa però in quale misura) con un processo che durerà 30 anni. Vi sono inoltre i fanghi radioattivi accumulatisi nei filtri dell’impianto di decontaminazione, stoccati in migliaia di container, ed enormi quantità di suolo e altri materiali radioattivi. Come ha ammesso la stessa Tepco, particolarmente grave è la fusione avvenuta nel reattore 3 caricato con Mox, un misto di ossidi di uranio e plutonio, molto più instabile e radioattivo. Il Mox per questo e altri reattori giapponesi è stato prodotto in Francia, utilizzando scorie nucleari inviate dal Giappone.

Greenpeace ha denunciato i pericoli derivanti dal trasporto di questo combustibile al plutonio per decine di migliaia di chilometri. Ha denunciato inoltre che il Mox favorisce la proliferazione delle armi nucleari, poiché se ne può estrarre più facilmente plutonio e, nel ciclo di sfruttamento dell’uranio, non esiste una netta linea di demarcazione tra uso civile e uso militare del materiale fissile. Si sono accumulate finora nel mondo (secondo stime del 2015) circa 240 tonnellate di plutonio per uso militare diretto e 2.400 tonnellate per uso civile, con cui si possono però produrre armi nucleari, più circa 1.400 tonnellate di uranio altamente arricchito per uso militare.

Basterebbero poche centinaia di chilogrammi di plutonio a provocare il cancro ai polmoni ai 7,7 miliardi di abitanti del pianeta, e il plutonio resta letale per un periodo corrispondente a quasi diecimila generazioni umane. Si è così accumulato un potenziale distruttivo in grado, per la prima volta nella storia, di far scomparire la specie umana dalla faccia della Terra.

I bombardamenti nucleari di Hiroshima e Nagasaki; le oltre 2.000 esplosioni nucleari sperimentali nell’atmosfera, in mare e sottoterra; la fabbricazione di testate nucleari con una potenza equivalente a oltre un milione di bombe di Hiroshima; i numerosi incidenti con armi nucleari e quelli ad impianti nucleari civili e militari, tutto questo ha provocato una contaminazione radioattiva che ha colpito centinaia di milioni di persone.

Una parte dei circa 10 milioni annui di morti per cancro nel mondo – documentati dall’Oms – è attribuibile agli effetti a lungo termine delle radiazioni. In dieci mesi, sempre secondo i dati dell’Organizzazione mondiale della sanità, il Covid-19 ha provocato nel mondo circa 1,2 milioni di morti. Pericolo da non sottovalutare, ma che non giustifica il fatto che i mass media, in particolare quelli televisivi, non abbiano informato che oltre un milione di tonnellate di acqua radioattiva sarà scaricata in mare dalla centrale nucleare di Fukushima, col risultato che, entrando nella catena alimentare, farà ulteriormente aumentare le morti per cancro.

Manlio Dinucci

il manifesto, 03 Novembre 2020

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