OS REFERENDOS NA UCRÂNIA: A RÚSSIA ESTÁ A GANHAR?
Como previ há muito tempo, a Rússia está a realizar referendos nas regiões que tem capturado até agora. É a mesma tática utilizado na Crimeia, em 2014. Os referendos - perguntando às pessoas se querem ficar com a Ucrânia ou juntar-se à Rússia - durarão quatro dias, de 23 a 27 de Setembro. As implicações são de grande alcance. Porquê? Após estes referendos, qualquer ataque a estas regiões será considerado como um ataque à própria Rússia. Será que os EUA/União Europeia encorajarão a Ucrânia a continuar os ataques? Será um prelúdio para uma guerra maior que poderá implicar armas nucleares?
As quatro regiões da Ucrânia - Donetsk,
Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson - estão cheias de russos étnicos. Estas pessoas
têm sido perseguidas pelo governo ucraniano e pelos nazis desde 2014 e, por
isso, votarão de bom grado a favor de se juntarem à Rússia.
É claro que o Ocidente já chamou a estes
referendos "simulacros", o que significa que a Ucrânia continuará a
atacar as tropas russas nessas regiões.
A forma como a Rússia irá reagir ainda está para ser vista. Putin advertiu novamente que "todas as opções" estão sobre a mesa; e o antigo Presidente russo Medvedev foi mais longe e deixou claro que se o Ocidente atravessasse as linhas vermelhas - como fornecer mísseis de longo alcance à Ucrânia - então a Rússia utilizaria armas nucleares.
São tempos assustadores.
O melhor cenário possível para a Rússia
Num resultado favortável, a Rússia será o grande vencedor. As quatro regiões a ser anexadas são também as regiões mais industriais e produtivas da Ucrânia. Assim, elas irão impulsionar a economia da Rússia. Do outro lado, a Ucrânia ficará aleijada.
Além disso, Putin não vai parar por aqui. Há mais uma cidade estratégica e sentimental: Odessa. Pertenceu à Rússia durante alguns séculos.
Putin anunciou uma mobilização parcial - ou, conscrição - de 300.000 homens russos. É possível que os militares russos os treinem durante alguns meses e depois lancem um ataque a Odessa na próxima Primavera. Desta forma, a Rússia pode minimizar a guerra no Inverno, o que será brutal.
A ilusão da Ucrânia
Embora simpatize com os ucranianos comuns, os dirigentes têm cometido erros morais e geopolíticos terríveis, há mais de uma década. Incentivar o nazismo, demonizar tudo o que é russo e falar na adesão à NATO foram provocações desnecessárias.
Além do mais, a Ucrânia esqueceu que as suas fronteiras actuais foram traçadas e expandidas pela Rússia - pelos imperadores russos e pela URSS. Por exemplo, as quatro regiões que actualmente realizam referendos costumavam chamar-se NovoRussiya e foram acrescentadas à Ucrânia, em 1922. O que a Rússia dá, torna a tirar!
Do mesmo modo, a Crimeia foi acrescentada à
Ucrânia em 1954. Este ano, comemorou-se o 300º aniversário da unificação formal
da Ucrânia e da Rússia. As pessoas celebraram a "amizade para sempre"
entre as duas nações.
Desfile na Ucrânia em 1954. Celebração do 300º aniversário do tratado Ucrânia-Rússia/união00USSR cartazes de propaganda re:
Amizade Ucrânia-Rússia
A razão pela qual os russos deram terras à Ucrânia foi, evidentemente, que a Rússia nunca considerou a possibilidade de que a Ucrânia se tornasse anti-russa.
A Ucrânia não pode ganhar a guerra contra a Rússia. A situação NÃO é como a dos Curdos, que conseguiram obter terras do Iraque e da Síria, graças à intromissão americana.
Os ucranianos têm de perceber que são peões geopolíticos. De facto, os EUA adorariam que a Rússia bombardeasse alguma cidade ucraniana, tal como Kiev. Essa acção ajudaria os EUA a lançar uma enorme guerra de propaganda contra a Rússia, na esperança, por exemplo, de expulsar a Rússia da ONU.
Conclusão
"Abençoados sejam os pacificadores", disse Jesus Cristo. No entanto, os EUA estão preparados e capacitados para gerir um império. O significa dividir e governar. Se os EUA colocarem realmente o seu poder e influência num bom trabalho, irão diligenciar alcançar a paz entre a UE e a Rússia, entre Taiwan e a China, entre a Índia e o Paquistão e assim por diante.
Mas, não, isso significaria uma Ásia e uma Eurásia prósperas. Então
como é que a América pode ser considerada a nação excepcional, a nação
indispensável, a nação número 1?
Assim sendo, as guerras vão continuar. Esperemos que esta situação não conduza a uma guerra nuclear ou a uma Terceira Guerra Mundial.
P.S. - Eis um pequeno clip de uma fila de ucranianos (que em breve serão russos) para votar no referendo.
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
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